Quase dois meses se passaram e voltamos ao hospital. O primeiro passo é se dirigir à recepção. Pronto! Agora é só aguardar a médica ortopedista chamar. Os minutos voam e as conversas começam a fluir. Uma coisa todos tinham em comum, um membro do corpo quebrado. Alguns fraturaram jogando bola, outros andando de bicicleta, tinha até quem se machucou correndo. A única certeza que temos é que ninguém estava trabalhando quando o acidente ocorreu.
A maioria das crianças fraturadas é menino e tem entre 9 e 10 anos. Será que são mais levados? Curioso que, geralmente, é o braço esquerdo que sai lesado. A ortopedista disse que não há nenhuma explicação médica para isso.
Finalmente a ortopedista nos chama e encaminha para retirar o gesso e fazer outro Raio X. Mais uma longa espera. Desta vez o local é muito perto do corredor central do hospital. Muitas crianças circulam por ali, com dificuldades ou amparadas por seus pais e enfermeiros, em macas ou cadeiras de rodas. A cena é no mínimo emocionante. É difícil conter as lágrimas. Não suporto ver crianças tão pequenas, muitas delas, nem sabem onde estão e porque sentem tanta dor. Ninguém queria estar lá, muito menos eu. Na nossa frente um menino de aproximadamente sete anos chora insistentemente. Ele tem medo, porque pensa que não vai mais conseguir brincar ou ir para a escola. A mãe tenta o consolar, mas a criança continua gemendo de dor.
Se meu sobrinho estivesse vendo o Brasil jogar naquele dia, este relato não estaria sendo feito, ou talvez, seria mais uma ida ao hospital se não fosse pela quantidade de crianças na espera pelo atendimento.
Incrível!
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